Padre italiano raptado na Síria pode ter sido assassinado

Padre italiano raptado na Síria pode ter sido assassinado

O padre Paolo Dall’Oglio, que foi raptado na Síria há mais de duas semanas pode ter sido assassinado, segundo fontes da oposição ao regime naquele país.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma organização sedeada em Londres mas com ligações à oposição síria, cita fontes locais e avança que o sacerdote foi assassinado pelos seus raptores.

Contudo, a notícia ainda não foi confirmada independentemente e o corpo do padre não foi recuperado. É por isso ainda possível que se trate de um falso alarme, mas a verdade é que, semanas depois do seu rapto, começam a escassear as esperanças de Dall’Oglio ser encontrado com vida.

Fonte dos jesuítas no Médio Oriente não consegue confirmar à Renascença se a notícia da morte de Dall’Oglio é verdadeira.

O jesuíta de origem italiana passou 30 anos na Síria, de onde foi expulso pelo regime de Damasco, em 2011, por criticar o Governo de Bashar al-Assad. Ao longo dos últimos dois anos continuou sempre a visitar a Síria, sobretudo nas zonas ocupadas pela oposição.

Recentemente foi visitar Raqqa, uma cidade ocupada, para tentar negociar uma trégua entre os rebeldes anti-Assad e as milícias curdas, mas foi raptado.

Passados vários dias houve uma notícia encorajadora. Uma mensagem escrita alegadamente enviada do seu telefone para um activista da oposição, a confirmar que estava nas mãos de um grupo islamista, mas que tinha sido levado para discutir a questão de dois bispos ortodoxos que foram raptados em Abril.

Contudo, essa notícia também nunca foi confirmada e, dias mais tarde, surgiram as primeiras indicações de que tinha sido morto.

Ao longo dos últimos anos a Renascença falou em duas ocasiões com o padre Dall’Oglio, sobre a situação na Síria em geral e sobre a posição dos cristãos, tendo também sido a primeira a noticiar a sua expulsão do país.

O jesuíta italiano era um homem respeitadíssimo na Síria, por cristãos e por muçulmanos. A sua morte, a confirmar-se, terá sido levada a cabo por rebeldes estrangeiros que actuam no país e que na sua maioria são islamitas.