“O Papa dedicará algumas palavras em favor da revogação do embargo e continuará a encorajá-los”, antecipou o Substituto da Secretaria de Estado, Dom Angelo Becciu, entrevistado pelo canal dos bispos italianos TV2000, ao falar sobre a viagem apostólica do Papa Francisco a Cuba e aos Estados Unidos. A este respeito, “já existe a determinação do Presidente Barack Obama e se aguarda a votação do Congresso, que se espera seja positiva”, explica.
O Arcebispo Giovanni Becciu recorda que “por cinquenta anos, os cubanos sofreram devido ao embargo. Não é possível continuar com isto. A Santa Sé sempre se pronunciou contra o embargo, quer em Cuba como em outros países, porque quem sofre é o povo, são os pobres e não tanto os outros. Por isto, seria realmente hora de se levantar esta proibição e dificuldades para o povo cubano, que sofreu muito por causa destas limitações”.
Para o Substituto da Secretaria de Estado, “a visita do Papa Francisco consolidará ainda mais este novo clima que se criou entre o governo cubano e a Igreja”; clima que levou também à mediação do Vaticano para o degelo e a reabertura das relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Cuba. “O Papa encantou Obama e Castro”, assegurou.
“São eles, os representantes do povo cubano e americano – continuou Dom Becciu – que pediram ao Pontífice para ser o garante deste desejo de falarem-se, dialogar, encontrarem-se. O Pontífice comprometeu-se com a sua palavra, o seu carisma, conquistando os dois Chefes de Estado. Eles pediram expressamente que o Papa os ajudasse e nisto o Papa não se recusou”.
Dom Becciu revelou ainda que as assinaturas nos dois documentos para o acordo diplomático entre EUA e Cuba “foi colocada concretamente aqui, na Secretaria de Estado Vaticana, diante do Cardeal Pietro Parolin, quase como garante da palavra que haviam empenhado”.