O Papa disse esta Segunda-feira que a solução para a crise de refugiados na Europa tem de passar pelo diálogo entre todos os países em vez de barreiras e muros, que estão destinados a “cair”.
“Sabemos o que a acontece a todos os muros, a todos: todos os muros caem. Hoje, amanhã, daqui a cem anos, vão cair. Não é uma solução, o muro não é uma solução”, defendeu, na conferência de imprensa que concedeu no voo de regresso dos Estados Unidos da América.
Questionado sobre a chegada de milhares de pessoas à Europa, Francisco admitiu que esta é uma situação difícil, perante a qual é preciso ser “inteligente”.
“Temos de encontrar soluções, temos de encorajar o diálogo entre as várias nações, para encontra-las. Os muros não são nunca soluções, as pontes são, sempre, sempre”, insistiu.
O Papa observou que a edificação de barreiras faz com que o problema permaneça, “com mais ódio”.
Neste contexto, sublinhou que o estado de crise acontece após um “longo processo”, motivado por guerras e fome, com “interesses económicos escondidos” por trás do sofrimento das populações.
“Em vez de explorar um continente ou uma nação, devem fazer-se investimentos lá, para que as pessoas sejam capazes de trabalhar - assim, esta crise poderia ter sido evitado. Agora é verdade, como disse no Congresso, que é uma crise de refugiados nunca vista desde a II Guerra Mundial, é a maior”, afirmou o Papa.
Francisco retomou as suas preocupações com os cristãos perseguidos mas rejeitou que a solução no Médio Oriente passe por bombardeamentos contra o autoproclamado Estado Islâmico.
“Quando ouço a palavra bombardeamento, morte, sangue… repito o que disse no Congresso e na ONU, que é preciso evitar estas coisas, mas não sei, não posso julgar a situação política”, assinalou.