
Para o secretário-geral da CIDSE, Bernd Nilles, os líderes do G20 "deveriam ter feito muito mais" para promover uma reforma financeira e económica global.
"As preocupações sobre a crise do euro não servem de desculpa para a apatia do G20. De facto, apenas por meio de uma reforma robusta se podem prevenir crises similares no futuro e abrir caminho para um desenvolvimento sustentável", assinala.
As 16 organizações católicas de desenvolvimento da Europa e da América do Norte - nas quais se inclui a Fundação Fé e Cooperação (FEC), de Portugal - destacam que "novos países" tenham manifestado apoio a um imposto sobre transações financeiras (ITF), entre eles a África do Sul, Argentina ou Brasil.
"Como uma bola de neve, o apoio parece crescer cada vez mais. Devemos avançar para fazer com que este imposto seja uma realidade, rumo a um sistema financeiro mais estável e para financiar os desafios do desenvolvimento e das mudanças climáticas", indica o comunicado da CIDSE.
Em Cannes, o G20 reforçou o combate à evasão e aos chamados paraísos fiscais.
"O facto de os países do G20 se comprometerem em trocar informação fiscal automaticamente é um desenvolvimento positivo", declara Bernd Nilles, pedindo atenção aos "locais que tornam a evasão possível".
A cimeira de dois dias do grupo de 19 grandes economias mais a União Europeia (que em conjunto representam 80 por cento do PIB mundial) terminou hoje.
Os líderes do G20 saudaram os progressos feitos na cimeira de Cannes para tornar o sistema monetário internacional "mais representativo, estável e resiliente".
"Hoje reafirmámos o nosso compromisso de trabalharmos juntos e tomámos decisões para dar novo vigor ao crescimento económico, à criação de emprego, para garantir a estabilidade financeira, promover a inclusão social e garantir que a globalização serve os interesses das pessoas", diz o comunicado final.
De acordo com documento, foram estabelecidos princípios entre os líderes com o objetivo de "potenciar a integração financeira" e aumentar a flexibilidade no combate aos "voláteis fluxos de capital".
fonte:OC