Cuidar dos que sofrem é parte da missão da Igreja, diz Papa

Cuidar dos que sofrem é parte da missão da Igreja, diz Papa

Evidenciando nossa condição humana, tão elevada em dignidade e, ao mesmo tempo, tão frágil, o Papa frisou no Angelus que Jesus responde a essa condição não com uma explicação, mas com uma presença amorosa que se curva, toma pela mão e levanta. Como já manifestado em outras ocasiões, Francisco lembrou que a única vez em que é lícito olhar as pessoas de cima para baixo é quando nos curvamos para ajudá-las a levantar-se.

“Para a Igreja, cuidar dos doentes de todo tipo não é uma ‘actividade opcional’, algo acessório; não, é parte integrante de sua missão, como era da missão de Jesus: levar a ternura de Deus à humanidade sofredora.”

Foi o que disse o Papa no Angelus ao meio-dia deste V Domingo do Tempo Comum, em que o Santo Padre voltou a conduzir a oração mariana da janela do Palácio Apostólico, recitando-a com os fiéis reunidos na Praça São Pedro.

Comentando o Evangelho do dia (cf. Mc 1,29-39) que apresenta a cura, da parte de Jesus, da sogra de Pedro e depois de muitos outros doentes e sofredores que vão até Ele, Francisco observou que a cura da sogra de Pedro é a primeira de natureza física narrada por Marcos.

A predilecção de Jesus pelas pessoas que sofrem

A mulher estava na cama com febre; a atitude e o gesto de Jesus para com ela são emblemáticos: "Aproximando-se, Ele a tomou pela mão e a fez levantar-se", observa o Evangelista. Há tanta doçura neste ato simples, que parece quase natural: "A febre a deixou e ela se pôs a servi-los", continuou o Papa. O poder de cura de Jesus não encontra nenhuma resistência; e a pessoa curada retoma sua vida normal, pensando imediatamente nos outros e não em si mesma - e isso é significativo, é um sinal de verdadeira "saúde"!

Aquele dia era um sábado. O povo da aldeia espera pelo pôr-do-sol e depois, acabada a obrigação do repouso, sai e traz a Jesus todos os doentes e os possuídos. E Ele os cura, mas proíbe os demónios de revelar que Ele é o Cristo.

Desde o início, observou o Santo Padre, Jesus mostra sua predilecção pelas pessoas que sofrem no corpo e no espírito: é a predilecção do Pai, que Ele encarna e manifesta com obras e palavras. Seus discípulos foram testemunhas oculares disso.

Levar a ternura de Deus à humanidade sofredora

Mas Jesus não queria que eles fossem meros espectadores de sua missão: envolveu-os, enviou-os, deu-lhes também o poder de curar os doentes e expulsar os demónios, e isto tem continuado sem interrupção na vida da Igreja até hoje, ressaltou.

O Pontífice acrescentou que para a Igreja, cuidar dos doentes de todo tipo não é uma "actividade opcional", algo acessório; não, é parte integrante de sua missão, como era da missão de Jesus: levar a ternura de Deus à humanidade sofredora.  Francisco frisou que seremos lembrados disso dentro de poucos dias, em 11 de Fevereiro, Dia Mundial do Enfermo.

A realidade que estamos vivendo em todo o mundo por causa da pandemia torna esta mensagem particularmente actual, disse o Papa. A voz de Jó, que ressoa na Liturgia de hoje, torna-se mais uma vez intérprete de nossa condição humana, tão elevada em dignidade e, ao mesmo tempo, tão frágil. Diante desta realidade, a pergunta "por quê?" sempre surge em nossos corações.