Golpes de estado silenciosos em África: no Sínodo, referida a situação em 4 países da África Austral

(Fonte: radio Vaticano)Na África estão a aumentar os golpes de estado silenciosos realizados pelas ditaduras dos partidos. Esta denuncia foi feita na aula do sínodo nesta segunda feira durante os trabalhos da II assembleia especial para a África do sínodo dos bispos.
 
É verdade que desde a última sessão do Sínodo para a África de 1994 se verificaram alguns golpes de estado, mas o monstro que usurpa poder contrário à democracia, de facto ainda não desapareceu, mas mudou de aspecto e modus operandi, explicou o card. Wilfrid Fox Napier, arcebispo de Durban na África do Sul.

Pode ser que já não existam líderes individuais que tomam o poder absoluto e se proclamem "presidentes para a vida inteira". Mas vemos sempre mais partidos políticos tomarem o seu lugar. E para citar um exemplo, recordou que 4 países da África Austral, Botswana, Angola, Zimbabwe e Moçambique, desde a libertação foram governados, ou podemos dizer, dominados pelo mesmo partido.

Naturalmente - salientou o arcebispo de Durban - não existe nada de errado nisto, se o eleitorado lhes confere o mandato livremente. Porém - acrescentou - alguns sinais indicam, que não é este o quadro.
- Quando um partido assume todo o mérito de ter obtido a libertação;
- Quando afirma ser o único a saber aquilo que as pessoas desejam ou de que necessitam, mesmo se rejeita perguntá-lo ou eles de ouvi-lo;
- quando obriga com a legislação e impõem políticas que estão claramente contra a vontade manifestada pelas pessoas;
- quando afirma que quem pensa diferentemente é ipso facto um contra-revolucionário ou um racista que se opõe às reformas;
então alguma coisa caminha realmente mal.


O golpe de estado está certamente em andamento quando um partido decide ouvir os próprios aliados ideológicos, ao invés dos pobres e necessitados que representam a maioria de seus eleitores.
É certamente necessário rezar e trabalhar por um milagre que leve a uma libertação autêntica e sustentável, não dos colonizadores, mas desta vez da ditadura de todos os fortes partidos que tomaram o poder com um falso golpe de estado! - concluiu o arcebispos de Durban o Card. Wilfrid Napier