Santuário da Muxima acolheu abertura do ano da misericórdia na diocese de Viana

Santuário da Muxima acolheu abertura do ano da misericórdia na diocese de Viana

A celebração Eucarística presidida pelo bispo local Dom Joaquim Ferreira Lopes, marcou também a erecção canónica, da 1ª porta Santa da Diocese de Viana.

Sendo um dia normal de trabalho, não impediu que mais de 10 mil fiéis, ocorressem ao santuário da Nossa Senhora Imaculada Conceição, que celebra o seu dia esta Terça-feira e participassem na missa que marcou a abertura do ano da misericórdia naquela diocese.

Dom Joaquim, na sua homilia exortou aos sacerdotes a tomarem conhecimento profundo sobre o ano da Misericórdia, que foi aberto neste 8 de Dezembro e encerra a 20 de Novembro de 2016, no sentido de direccionar da melhor maneira os fiéis católicos.

Vamos saber mais sobre o ano Jubilar:

A ideia de um ano jubilar vem da Bíblia, nomeadamente do Antigo Testamento. Em Israel, de 50 em 50 anos existia um ano especial em que se focava de forma especial a misericórdia de Deus. Nesse ano, as dívidas seriam perdoadas, os escravos libertados e os presos também. Era também um ano em que os campos não eram cultivados, para dar descanso à terra.

A tradição foi recuperada na Igreja Católica pelo Papa Bonifácio, para assinalar o ano 1300. A partir de então os jubileus realizaram-se a cada 25 anos ou a cada 50 anos. São anos em que a Igreja enfatiza a misericórdia de Deus, incentivando as peregrinações a lugares santos, incluindo Roma, e oferecendo indulgências aos fiéis que cumpram com os requisitos e cumpram essas peregrinações.

De vez em quando um Papa convoca um ano santo fora do período normal. Estes são os jubileus extraordinários. Os jubileus extraordinários têm normalmente um tema ou uma motivação especial. O Papa Urbano VIII convocou um em 1628 e 1629, por exemplo, para rezar pela paz, numa altura em que a Europa estava dilacerada por conflitos.

O que é uma Porta Santa e onde posso encontrar uma?

As portas santas servem como símbolo e destino físico das peregrinações dos anos jubilares. Estas portas foram estabelecidas para haver locais onde os fiéis, atravessando-as, “possam ser abraçados pela misericórdia de Deus e se comprometam a serem misericordiosos com os outros, como o Pai o é connosco”, como diz o Santo Padre na bula com que anunciou o jubileu.

A passagem pela porta santa assinala o final da peregrinação dos fiéis e concede-lhes, caso estejam em estado de graça, comunguem e rezem pelas intenções do Papa, uma indulgência plenária.

A tradição das portas santas remonta a tempos pré-cristãos. Existia, em Roma antiga, existia a Puerta Tarpea no local onde se encontra actualmente a Basílica de São João de Latrão. Quem passasse essa porta recebia imediatamente santuário, isto é, protecção de quem o perseguia. O hábito foi recuperado pelos Papas no Século IV, no tempo do imperador Constantino e a pedido do mesmo. Mas o privilégio foi de tal forma alvo de abuso que os Papas seguintes ordenaram que a porta fosse selada, sendo aberta apenas em ocasiões especiais.

Actualmente existem quatro portas santas em Roma, uma na Basílica de São Pedro, uma em São João de Latrão, outra em Santa Maria Maior e uma quarta em São Paulo Extramuros. Estas são portas pré-existentes que costumam estar seladas com betão mas que são abertas propositadamente durante jubileus. Para além destas, existem outras três portas em catedrais no mundo que são portas santas, uma em Santiago de Compostela, outra no Santuário do Santo Cura d’Ars e uma terceira em Quebeque, no Canadá.

Contudo, e para que os fiéis que vivem longe destes locais também possam beneficiar dos privilégios do jubileu, o Papa ordenou que cada diocese do mundo tivesse pelo menos uma porta santa. Nalgumas dioceses, de Angola como é o caso de Viana  para além das portas santas das catedrais, haverá Igrejas Jubilares, onde os fiéis podem ir para obter os mesmos privilégios do jubileu. Na sua maioria, as portas santas encontram-se nas Sés de cada diocese.