Igreja abre o tempo do Advento

Igreja abre o tempo do Advento

Advento é uma palavra latina que significa aproximar-se, vir chegando aos poucos. Durante as quatro semanas do Advento a gente se prepara para o Natal. No Advento ouvimos as vozes sempre actuais dos profetas bíblicos, anunciando a vinda do Messias. Também ouvimos a voz de João Baptista e do próprio Jesus anunciando a proximidade do Reino de Deus.  

Tempo do Advento é próprio do Ocidente. Foi instituído para que os fiéis se preparassem para a celebração do Natal, mas em pouco tempo adquiriu também um significado escatológico: de fato, recorda a dupla vinda do Senhor, isto é, a vinda entre os homens e a vinda no final dos tempos.  

Origem do Advento 

Há relatos de que o Advento começou a ser vivido entre os séculos IV e VII em vários lugares do mundo, como preparação para a festa do Natal. No final do século IV na Gália (actual França) e na Espanha tinha carácter ascético com jejum abstinência e duração de 6 semanas como na Quaresma (quaresma de S. Martinho). Este carácter ascético para a preparação do Natal se devia à preparação dos catecúmenos para o baptismo na festa da Epifania. Somente no final do século VII, em Roma, é acrescentado o aspecto escatológico do Advento, recordando a segunda vinda do Senhor. Só após a reforma litúrgica é que o Advento passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição das 4 semanas.  

Espiritualidade do advento 

Deus é fiel a suas promessas: o Salvador virá; daí a alegre expectativa, que deve nesse tempo, não só ser lembrada, mas vivida, pois aquilo que se espera acontecerá com certeza. Portanto, não se está diante de algo irreal, fictício, passado, mas diante de uma realidade concreta e actual. A esperança da Igreja é a esperança de Israel já realizada em Cristo mas que só se consumará definitivamente na parusia do Senhor. Por isso, o brado da Igreja característico nesse tempo é "Marana tha"! Vem Senhor Jesus! 

O tempo do Advento é tempo de esperança porque Cristo é a nossa esperança (1Tm 1, 1); esperança na renovação de todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados, fraquezas, na vida eterna, esperança que nos forma na paciência diante das dificuldades e tribulações da vida, diante das perseguições. 

O Advento também é tempo propício à conversão. Sem um retorno de todo o ser a Cristo não há como viver a alegria e a esperança na expectativa da Sua vinda. É necessário que "preparemos o caminho do Senhor" nas nossas próprias vidas, "lutando até o sangue" contra o pecado, através de uma maior disposição para a oração e mergulho na Palavra.