O nosso mundo, ferido pela guerra e injustiça, precisa do amor de Deus, diz Papa Leão

O nosso mundo, ferido pela guerra e injustiça, precisa do amor de Deus, diz Papa Leão

Em audiência concedida na manhã desta Quinta-feira, 22 de maio, aos participantes da Assembleia Geral das Pontifícias Obras Missionárias (POM), o Papa Leão XIV dirigiu palavras de reconhecimento e encorajamento aos representantes vindos de mais de 120 países para o encontro anual. O Pontífice iniciou seu discurso com uma saudação calorosa aos presentes, agradecendo pelo trabalho realizado em prol da evangelização:

“Expresso, antes de tudo, minha gratidão a vocês e aos seus colaboradores pelo serviço prestado, que é indispensável para a missão de evangelização da Igreja, como posso testemunhar pessoalmente por meus anos de ministério pastoral no Peru.”

O serviço missionário como “meio principal” da evangelização

Leão XIV destacou que as POM constituem o “meio principal para despertar a responsabilidade missionária de todos os batizados”, em especial nas regiões onde a Igreja ainda está em formação. Mencionou especificamente a atuação das quatro Obras Pontifícias: Propagação da Fé, Infância Missionária, São Pedro Apóstolo e União Missionária, elogiando seu empenho na formação, assistência e promoção vocacional nos territórios de missão:

“A promoção do zelo apostólico entre os povos continua sendo um aspecto essencial da renovação da Igreja prevista pelo Concílio Vaticano II, e é ainda mais urgente hoje. Nosso mundo, ferido pela guerra, pela violência e pela injustiça, precisa ouvir a mensagem evangélica do amor de Deus e experimentar o poder reconciliador da graça de Cristo.”

Levar Cristo a todos os povos

Ao recordar sua homilia de início de pontificado, o Papa reiterou a vocação da Igreja de ser “missionária, que abre os braços ao mundo, que anuncia a Palavra... e que se torna fermento de concórdia para a humanidade”. Recordou também as palavras de Francisco na Evangelii Gaudium, sublinhando que “o Senhor venceu o mundo e sua permanente conflituosidade, tendo-o ‘pacificado com o sangue da sua cruz’”.

O Santo Padre também encorajou os Diretores Nacionais das POM a intensificarem sua presença junto às comunidades locais: “Peço que deem prioridade à visita às dioceses, paróquias e comunidades, ajudando assim os fiéis a reconhecerem a importância fundamental das missões”, e completou:

“É importante promover um espírito de discipulado missionário em todos os batizados e o senso de urgência de levar Cristo a todos os povos.”

Comunhão e universalidade: identidade das Obras Pontifícias

Antes de encerrar o encontro, o Papa Leão XIV propôs uma reflexão sobre “dois elementos distintivos da sua identidade como Pontifícias Obras Missionárias, ou seja, a comunhão e a universalidade”. Enfatizou o chamado a promover “a visão da Igreja como comunhão de fiéis, vivificada pelo Espírito Santo”, e recordou que “é na Trindade que todas as coisas encontram unidade”. Essa perspectiva, afirmou, se expressa no lema escolhido para seu ministério: In Illo uno unum, pois “Cristo é nosso Salvador e, n’Ele, somos um, uma família de Deus, além da rica variedade de línguas, culturas e experiências”.

O Papa também manifestou apoio ao processo de renovação dos estatutos das POM, com vistas a reafirmar seu carisma e missão: “Estou confiante de que esse caminho confirmará os membros das Pontifícias Obras em todo o mundo na vocação de serem fermento do zelo missionário do Povo de Deus”.

Missionários da esperança no Ano Santo

Por fim, o Pontífice recordou que a celebração deste Ano Santo desafia todos a sermos "peregrinos de esperança" e, retomando as palavras que o Papa Francisco escolheu como tema para o Dia Mundial das Missões deste ano, encorajou os presentes a continuar sendo "missionários da esperança entre os povos", e acrescentou:

“Confio vocês, seus benfeitores e todos os que colaboram em sua importante obra à amorosa intercessão de Maria, Mãe da Igreja e concedo de coração a Bênção Apostólica como penhor de alegria e paz duradouras no Senhor.”