Papa pede ao G20 que encontre soluções para um desenvolvimento

0000O papa fez esta quarta-feira um apelo aos líderes que integram o G20, pedindo que a sua próxima reunião procure soluções para a promoção de um desenvolvimento "integral".

"Desejo que o encontro ajude a superar as dificuldades que, a nível mundial, criam obstáculos à promoção de um desenvolvimento autenticamente humano e integral", disse, no final da audiência pública semanal, que decorreu no Vaticano, perante mais de 6 mil pessoas.

Na mensagem aos chefes de Estado e de Governo que se vão reunir entre quinta e sexta-feira na cidade francesa de Cannes, o Papa disse que estes responsáveis devem "examinar as principais problemáticas ligadas à economia global".

Ainda a respeito da cimeira do G20, a CIDSE, rede internacional de agências católicas de desenvolvimento, pediu a criação de um "imposto global sobre as transacções financeiras" para promover a luta contra a pobreza e as mudanças climáticas.


"Os líderes europeus devem continuar a promover o imposto no G20 e esperamos que os líderes que até agora se recusaram a perceber o seu potencial e urgência também o apoiem", afirma o presidente da CIDSE, Chris Bain, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

A CIDSE refere que "os nove países em desenvolvimento que são membros do G20 representam 58 por cento dos pobres do mundo" e, mesmo nos países desenvolvidos, há um "grande número de pessoas a empobrecer que estão a devido à crise financeira global".

"No entanto, o G20 continua a concentrar-se num modelo de crescimento ultrapassado que deixa os mais pobres na posição de não poderem beneficiar ou contribuir para a economia", assinalam as 16 organizações católicas de desenvolvimento da Europa e da América do Norte, nas quais se inclui a Fundação Fé e Cooperação (FEC), de Portugal.

O comunicado assinala que "a acção conjunta das economias mais avançadas do mundo pode significar muito para os mais pobres, mas com a agenda errada só levará a mais pobreza e desigualdade".

A CIDSE pede ainda que seja dada atenção à evasão fiscal, nomeadamente através do fim dos paraísos fiscais, e à "volatilidade dos preços dos alimentos".

O grupo dos G20 é constituído pela África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos da América, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, União Europeia e Turquia.

Fonte ag.ecclesia